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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

"Eu no Trânsito"

Uma reflexão sobre o comportamento individual versus comportamento coletivo.
Quem trabalha na área de trânsito depara-se frequentemente com queixas do tipo:
"Este novo Código tem vários problemas"; "estas multas são absurdas", "placas de sinalizações erradas ou depredadas", pardais(controladores de velocidade) interrompendo a fluidez do tráfego", "guardas corruptos", "taxistas maluco", "pedestres ignorantes", etc...
Limites de velocidade, multas, leis, - acredite - elas não foram criadas por que alguém resolve colocas obstáculos na vida de pacatos cidadãos. Geralmente são fruto de estudos aprofundados discussões amplas em busca de segurança, fluidez de tráfego, preocupações ecológicas, entre outras que visam o bem comum.
Por que é tão difícil abdicarmos de mordomias individuais em prol de um bem maior, em favor de necessidades comunitárias, em respeito a vida do nosso semelhante?
Parece tão difícil entender que nas vias públicas o espaço necessariamente tem que ser compartilhado. E mais ainda, tem que ser compartilhado com todos os meu compatriotas, sejam eles pobre ou ricos, brancos ou negros, cultos ou analfabetos, pedestres ou motoristas, ciclistas ou motoristas profissionais, jovens ou idosos, etc.
Visto dessa forma, o trânsito nos parece um ótimo espaço para o exercício da democracia e da cidadania, palavras tão utilizadas em nossos discursos mas tão pouco exercitadas em nosso dia a dia.
Falamos da cidadania no café da manhã em família mas minutos depois quando colocamos "o pé para fora de casa" começamos imediatamente a colocar os nossos direitos acima dos demais cidadãos. E aí, a culta é do governo?Será que é o governo que tem que ensinar o meu filho que o direito dele termina quando começa o do outro? Sim, o difícil é delimitarmos quando iniciam ou terminam os nossos direitos.
Será tão difícil ou basta nos imaginarmos do outro lado?
Acredito firmemente que a busca pela qualidade no trânsito deve iniciar-se no resgate ao respeito, consciência da cidadania e educação de base. Passa necessariamente pela substituição do Eu pelo NÓS no trânsito.

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